Apresentação

A exposição da Instituição ao Risco de Liquidez é mínima, considerando-se sua relevante posição ativa em aplicações financeiras de alta liquidez, adequadas ao regime Prudencial Simplificado.

 

O Gerenciamento de Risco de Liquidez tem como principal objetivo manter o encaixe entre os recursos captados pela MAGICREDI e a concessão de crédito aos associados, considerando as políticas vigentes, e de forma pulverizada, além dos pagamentos de resgate de capital aos associados demitidos e desligados e das despesas operacionais e demais compromissos financeiros, preocupando-se com a menor exposição possível a perdas e prejuízos oriundos do desequilíbrio do fluxo de caixa.

Este Manual será revisado, no mínimo anualmente, e disponibilizado através de cópia física na sede da Cooperativa e no site da MAGICREDI.

1. Estrutura Organizacional

A Administração é o responsável pela elaboração e revisão do manual e das políticas de Gerenciamento de Risco de Liquidez – GRL, bem como pelo acompanhamento   da   sua execução.

A implementação e a execução do GRL caberá ao coordenador administrativo com o apoio da área financeira.

2.  Disponibilização dos Recursos

A MAGICREDI trabalhará para manutenção de recursos suficientes para o atendimento das demandas dos pedidos de empréstimos, devolução de capital aos demitidos e desligados, além de valor suficiente para pagamento das despesas operacionais e demais compromissos financeiros.

3. Monitoramento dos Riscos

Os riscos serão monitorados através de testes pelas auditorias, históricos das operações, avaliação das políticas internas e adequados procedimentos de concessão de crédito, mediante a utilização dos controles de risco de liquidez definidos neste manual.

Anualmente deverá ser elaborado o relatório de Gerenciamento do Risco de Liquidez – GRL.

4. Posição Financeira de Liquidez

A Cooperativa manterá 2 (duas) formas de gerenciamento das informações de controles de liquidez, sendo:

a) Risco de liquidez de ativos ou de mercado / risco de liquidez de funding; e

b) Fluxo de Caixa.

 

a) Estruturação do funding da Cooperativa

De acordo com a estrutura, crescimento e demandas por empréstimos, serão definidos o funding (disponibilidade financeira) necessária para realização das suas operações, nesse caso, as origens dos recursos serão quase na sua totalidade provenientes da capitalização mensal e dos pagamentos dos empréstimos e juros pelos associados. De posse dessa informação a Cooperativa projetará suas entradas e saídas.

Para acompanhamento da disponibilidade financeira, a Cooperativa terá controles periódicos, cujas informações serão oriundas da contabilidade.

Fórmula utilizada pela Cooperativa para verificação do funding:

Grupos de contas (1.2 + 1.3) + (a) *100
Ativo Total

(a) reembolsos do desconto em folha efetuados pelas empresas no início do mês seguinte ao de competência.

Modelo 1 – Contas oriundas do COSIF

Sendo:

– 1.2 – disponibilidades em instituições financeiras;

– 1.3 – aplicações financeiras existentes.

Considerações:

Pelo fato da MAGICREDI ter operações mais simplificadas (capital e empréstimo), a principal característica será a liberação de empréstimos cujos recebimentos serão através da folha de pagamento, fruto de convênios. Nesse caso, a fórmula apresentada anteriormente resultará num determinado percentual, cujo qual, analisado de forma direta, demonstrará a necessidade ou não de obtenção de disponibilidades financeiras (funding).

A Cooperativa manterá como padrão os seguintes limites operacionais para análise das disponibilidades:

Resultado apresentado pelo modelo 1:

– Se o resultado for superior a 20,01%, significa que a Cooperativa possui excesso de liquidez;

– Se o resultado variar entre 10% e 20%, teremos um encaixe de liquidez condizente com a estrutura financeira da Cooperativa, pois terá condições de pagar todas as obrigações financeiras, liberar os empréstimos e manter uma disponibilidade para operações sazonais;

– Se o resultado for inferior a 9,99 %, a Cooperativa terá que analisar a possibilidade de captação  de novos   recursos através da capitalização ou de outras fontes disponíveis no mercado, devendo ser priorizada a revisão da política de empréstimo, mesmo através de medidas temporárias como a ampliação de parcelas pagas dos empréstimos vigentes para obtenção de um novo crédito por parte do associado, além da suspensão de eventuais quebras de carência e das análises de empréstimos (pedidos não enquadrados na política).

Portanto, havendo sobra excessiva ou falta de recursos, caberá à Administração rever as políticas de captação e de liberação de crédito para adequações condizentes com a realidade econômica e financeira da Cooperativa pelo período necessário.

b) Formação do Fluxo de Caixa

Será utilizado, sempre que necessário, o relatório de fluxo de caixa para o gerenciamento e manutenção dos controles operacionais, financeiros e de estrutura econômica, ou pelo menos uma vez ao mês por ocasião da realização da reunião de Administração.

As despesas e obrigações serão analisadas periodicamente de acordo com o previsto no orçamento anual da MAGICREDI e as entradas serão provenientes, quase que na sua totalidade, do recebimento das capitalizações mensais e das prestações de empréstimo também projetadas no orçamento anual.

Itens que serão levados em consideração na elaboração do Fluxo de Caixa:

– Planejamento e controle das entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado;

– Auxílio à diretoria na tomada de decisões em ações relevantes;

– Verificação se a Cooperativa está trabalhando com recursos limitados ou disponibilidade excessiva de recursos financeiros no período avaliado;

– Verificação se os recursos financeiros são suficientes para atender as demandas de crédito;

– Planejamento de melhores políticas de prazos de pagamentos e recebimentos;

– Avaliação da capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos;

– Avaliação se o recebimento dos empréstimos é suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos no período considerado;

– Avaliação do melhor momento para lançamento de novas linhas de crédito, revisão das existentes, além de outras ações que possam impactar o caixa, como o pagamento de juros sobre o capital.

5. Modelo de Demonstrativo do Fluxo de Caixa

 

Saldo total disponível em 30/09/2010                               (a)
Fluxo de Caixa
Outubro / 2013
Recebimentos    
Recebimento de desconto em folha do mês anterior                                 (+)
Recebimento de associados                                 (+)
Recebimento de ex-associados                                 (+)
Rendimento de aplicações financeiras                                 (+)
Recebimento de desconto em folha do mês                                 (+)
Total dos recebimentos                                 (b)
Pagamentos
Liberação de empréstimo                                 (-)
Pagamentos diversos                                 (-)
Pagamentos efetuados a associados e ex-associados                                 (-)
Repasse Convênios                                 (-)
Devoluções eventuais                                 (-)
Total dos pagamentos                                 (c)
Saldo total disponível                      (a+b-c) = (d)

 

Fluxo de caixa – novembro / 2013
Recebimentos até 25/11/2013
Recebimento de desconto em folha do mês anterior                                   (+)
Recebimento de associados                                   (+)  
Recebimento de ex-associados                                   (+)  
Rendimento de aplicações financeiras                                   (+)  
Total dos recebimentos                                   (e)  
Pagamentos até 25/11/2013
Pagamentos diversos                                   (-)  
Pagamentos efetuados a associados e ex-associados                                   (-)  
Devoluções eventuais                                   (-)  
Liberação de empréstimos                                   (-)  
Total dos pagamentos                                   (f)  
Saldo disponível atual                          (d+e-f) = (g)
Previsão de pagamentos
Diversos                                   (-)  
Liberação de empréstimos                                   (-)  
Total da previsão de pagamentos                                   (h)  
Previsão de saldo total disponível (sem desc. folha)                           (g-h) = (i)
Previsão de recebimentos
Desconto em folha do mês total                                   (+)  
Total da previsão de recebimentos                                   (j)  
Previsão de saldo total disponível (com desc. folha)                                  (i+j)

6. Plano de contingência nas ocorrências de liquidez

As operações pertinentes a captação e saída de recursos serão monitoradas periodicamente através do controle de fluxo de caixa. Havendo recursos disponíveis em excesso ou a falta deste, a Administração tomará as seguintes providências como plano contingencial:

a) Recursos em excesso: Poderão ser adotadas medidas que incrementem as operações de crédito (quebra de carências, liberações não enquadras na política mediante análise, revisão das políticas, criação de novas linhas) e pagamento em dinheiro dos juros sobre o capital. No caso dos recursos não emprestados, estes serão aplicados no mercado financeiro conforme determina o Manual de Gerenciamento do Risco de Mercado.

b) Falta de recursos: Havendo falta de recursos e demanda por crédito, a Cooperativa analisará fontes alternativas disponíveis no mercado para captação de recursos, mas deverá priorizar a revisão das políticas de crédito, mesmo que temporariamente, além da suspensão de quaisquer tipos de exceção, para adequado gerenciamento da liquidez.

c) Demissão involuntária: Caso haja impacto financeiro relevante devido à saída de alguma unidade ou haja grande volume de demissões, a projeção do fluxo de caixa deverá ser ajustada considerando o período e o volume financeiro relacionados a essas saídas, sendo que a Administração poderá aplicar a devolução das cotas partes parceladamente conforme mencionado anteriormente neste Manual.

As tomadas de decisão serão registradas em ata de reunião da Administração.

 

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